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Bárbara Quintino

Bárbara Quintino é mineira, ilustradora e amante de um bom pão de queijo. Se encantou com o universo das cores e das texturas desde bem pequena junto com seu padrasto — era lápis de cor, papel e giz de cera espalhados pela casa inteira. Quando grande, acabou se aventurando por diversos caminhos, mas foi fazendo faculdade de Arquitetura e Urbanismo que fez as pazes com os desenhos. Atualmente estuda design gráfico e colabora em projetos de comunicação visual, animação e principalmente de livros infantis e histórias que em alguma medida se entrelaçam com a sua, assim como a de diversas pessoas negras. São camadas de cores, sentimentos e texturas fortes que vibram no seu corpo e que passam a ser expandidas, por meio da alegria de poder se expressar, sempre com muito afeto, através das ilustrações.

Sobre o processo criativo das imagens para o Acervo Instituto Ibirapitanga, Bárbara conta que: “foi um processo enorme para mim. Ser convidada para ilustrar sobre Sistemas Alimentares cavou em mim uma linha temporal entre o meu passado e a conjuntura presente no Brasil. Evocou à memória ancestral do cuidado com a terra e dos alimentos que nutrem de verdade, das mulheres mais velhas e a sua transmissão de conhecimento através das ervas, folhas e frutos. Me sacudiu inteira esboçar sobre a volta do Brasil ao mapa da fome, os milhões de brasileiros enfrentando a insegurança alimentar e um descaso dilacerante por parte do Estado. Não ter o que comer em casa como um monstro à espreita. Brasileiras e brasileiros à beira, à margem de sua imensidão e riqueza. Apertou forte meu peito, as cores, portanto, não podiam ser diferentes. Mas tiveram os suspiros, as frestas, as texturas. E acho que é aí que fica a grandeza. No meio de toda essa redoma tive a oportunidade de me encontrar com Sueli Carneiro, Cida Bento, Lúcia Xavier, entre tantas outras. Me foi apresentado também Josué de Castro, descobri seu poder de fazer rebuliços internos. Troquei intimimamente com a equipe do Acervo Ibirapitanga, especialmente com Linoca Souza — que potência e honra sabê-la como artista, curadora e mulher sensível e atenta. Ilustrar para o Ibirapitanga acendeu em mim, fez juntar as forças dos que vieram antes, sobre a luta por uma alimentação que nutre e me balançou pra urgência da tentativa de transmutar em coletivo e da importância de projetar narrativas e futuros com alimentação de verdade.”