Luna Bastos, 24 anos, é artista urbana, tatuadora e ilustradora piauiense, atualmente residindo em São Paulo.
Graduada em Psicologia pela UESPI – Universidade Estadual do Piauí, sua identidade visual é embasada em seus estudos sobre Psicoterapia Corporal. Sua arte expressa emoções e sentimentos através de suas personas, figuras humanas em suas múltiplas vivências. Uma das narrativas encontradas em suas obras está na importância da representatividade no processo de reconstrução e ressignificação da identidade negra, considerando a arte como ferramenta para criar novas possibilidades de ser e estar no mundo.
As ilustrações de Luna B para o Acervo Instituto Ibirapitanga são inspiradas em trechos do manifesto “Enquanto houver racismo não haverá democracia”. Luna tomou como ponto de partida o trecho do manifesto “Qualquer projeto ou articulação por democracia no país exige o firme e real compromisso de enfrentamento ao racismo”, bem como sua afirmação do movimento negro como sujeito político que atua em defesa da cidadania negra no Brasil e da importância da participação da população negra em espaços decisórios de poder. Luna conta que, em seu trabalho, costuma fazer uso de uma linguagem mais simbólica. Segundo a artista, neste caso, ela propôs na primeira imagem “uma persona que representasse simbolicamente uma postura de compromisso, enfrentamento e combate ao racismo, na busca por equidade”. Para completar o conjunto, representou “a importância do reconhecimento e valorização da população negra e toda sua luta na construção de uma sociedade mais democrática”.